Colégio da CNBB em Roma, Pio Brasileiro, favoreceu a formação de grande parte dos atuais bispos do Brasil

Em 89 anos de história, dos 220 estudantes que passaram pelo Colégio Pio Brasileiro, 172 se tornaram bispo. Parte desse grupo está reunido na 60ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Aparecida (SP), e escutou com carinho o reitor do colégio, padre José Otacio Oliveira Guedes, falar aos bispos sobre o colégio.

O objetivo da presença de padre Otácio na assembleia foi atrair novos estudantes e apresentar a proposta de um fundo nacional para manutenção financeira do colégio.

Padre José Otacio Oliveira Guedes. Foto: Victória Holzbach/CNBB

“A receptividade foi boa, inclusive o presidente, dom Walmor, propôs em votação de que se pudesse iniciar a formação desse fundo. A acolhida foi positiva.” O próximo passo é definir como o fundo será constituído.

Espaço de formação para os presbíteros de diversas dioceses do Brasil em Roma, o Pontifício Colégio Pio Brasileiro foi inaugurado em 3 de abril de 1934, à época confiado aos jesuítas. Desde setembro de 2014, a direção do colégio é formada por presbíteros diocesanos escolhidos pela CNBB.

Falando do número de ex-estudantes que se tornaram bispos, padre Otácio destacou o carinho que eles têm pelo colégio, casa onde moram os padres que estudam nas instituições de ensino romanas.

“O retorno é sempre de olhos que brilham ao ouvir falar do Colégio Pio Brasileiro. A gente vê o carinho que eles nutrem pela casa, a importância que eles julgam ter a casa ainda hoje.”

Além disso, durante as visitas Ad Limina que os bispos realizam em Roma, por regionais, a direção do colégio tem se reunido com os prelados para incentivar o envio de estudantes. “Então os bispos foram sensibilizados, inclusive este deve ser um dos anos em que o grupo maior irá, são cerca de 40 novos que vamos ter, eles foram tocados e atenderam positivamente a proposta de mandar estudantes.”

Colégio Pio Brasileiro

O Colégio Pio Brasileiro tem uma estrutura pensada para dar o suporte aos padres brasileiros que estudam em Roma, explica padre Otácio, tanto em questão de documentação, como de referência com o bispo através da direção do colégio. “O colégio é todo cuidado pela CNBB, então os bispos têm confiança e, de maneira indireta, através da direção nomeada pela conferência, eles vão estar acompanhando os seus padres nesse processo”, relata.

Números

Da capacidade de 110 estudantes, o colégio conta hoje com 55 estudantes, dos quais 10 concluirão a formação no mês de junho e retornarão para as suas dioceses. Outros 40 padres iniciarão a formação nos próximos meses. “Nós precisaríamos de uns 100 estudantes para efeito de equilíbrio nas contas, e a expectativa é de que nós possamos chegar a esse número em breve. Com a permanência de 45, levando mais 40, chegamos a 85. Mantendo esse ritmo, no ano vindouro, já teremos o número ideal para manutenção do colégio”, conclui padre Otácio. “Eu recomendo o Colégio Pio Brasileiro”.

Dom Luiz Antônio Lopes Ricci. Foto: Juliana Mastelini

O bispo de Nova Friburgo (RJ), dom Luiz Antônio Lopes Ricci, foi aluno do Colégio Pio Brasileiro entre 1997 e 1999, e entre 2003 e 2008, e hoje, como bispo, envia padres para estudarem no colégio. “Eu já enviei no ano passado um, este ano outro, para valorizar nosso colégio, porque é a casa da Igreja do Brasil em Roma”, fala dom Luiz.

O bispo se diz muito grato pela oportunidade de ser aluno do Pio Brasileiro e pelas experiências que o colégio proporcionou. “Eu recomendo o colégio porque é uma experiência muito rica de Igreja universal, estar junto ao Papa, presenciando todos os acontecimentos, estar em Roma, que é uma cidade cosmopolita, todas as culturas, raças, etnias, línguas, isso enriquece muito”, conta.

Um pedacinho da Igreja do Brasil em Roma

O bispo da Administração Apostólica de São João Maria Vianney (RJ), dom Fernando Arêas Rifan, está enviando dois padres para estudarem em Roma e morarem no Colégio Pio Brasileiro.

Dom Fernando Arêas Rifan/ Foto: Victória Holzbach/CNBB

Um vai estudar Moral na Santa Cruz e outro Liturgia na Santo Anselmo. Dom Rifan fala com entusiasmo da instituição. “O colégio passou a ter importância maior quando a CNBB assumiu, então é um colégio da Igreja do Brasil”, fala dom Rifan.

“E louvamos muito, graças a Deus o colégio está indo bem, está bem regular, lá tem um espírito de comunhão muito bom, por isso a gente tem a confiança. Na visita Ad Limina ficamos hospedados lá. É um pedacinho da Igreja no Brasil em Roma”, destaca dom Rifan.

Por Juliana Mastelini (Comunicação Londrina)- Comunicação 60ª AGCNB

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