Dom José: A Missa do Crisma manifesta que a Igreja é o corpo de Cristo

A Celebração dos Santos Óleos, dia 03 de abril, reuniu o clero e os fiéis da Arquidiocese de Niterói em torno do Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, para a Missa do Crisma, presidida por ele. A Santa Missa do Crisma, também, é conhecida como Missa da Unidade. A Santa Missa aconteceu na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição em Pacheco, São Gonçalo.

Nesta celebração, ocorre a bênção dos óleos que serão usados nas cerimônias sacramentais: Batismo, Crisma e Unção dos Enfermos. Nela, também, o clero da Arquidiocese renovou as promessas sacerdotais, feitas no dia da ordenação.

Segundo a liturgia da Igreja, a missa dos Santos Óleos é celebrada na quinta-feira santa, pela manhã, antes da celebração da Santa Ceia, porém, na Arquidiocese de Niterói, ela é antecipada para a segunda-feira santa, tendo em vista a distância geográfica.

Na celebração, foram abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o Santo Óleo do Crisma. Dois momentos, em especial, foram marcantes nesta celebração que une toda a Igreja particular de Niterói: a bênção dos Santos Óleos e a renovação das promessas sacerdotais.

O óleo de oliva misturado com perfume (bálsamo) é consagrado pelo Bispo, para ser usado nas celebrações do Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordenação.

Não se sabe, com precisão, como e quando teve início a bênção conjunta dos três óleos litúrgicos.

No Sermão, o Arcebispo Metropolitano disse: “Reunidos como Igreja Arquidiocesana de Niterói, celebramos a Missa do Crisma, dentro da caminhada do Ano Vocacional que nos chama a viver com Corações ardentes e pés a caminho. Nesta celebração de unidade e fraternidade, a liturgia quer evidenciar o sacerdócio ministerial a serviço de todo o povo de Deus. A figura central é Cristo, cujo nome significa ‘consagrado por meio da unção’ . Ele recebeu a unção do Espírito Santo na encarnação e no Batismo. Essa mesma unção é transmitida aos membros da Igreja por meio do Batismo e da Crisma. Os ministros ordenados – os bispos, os padres e os diáconos – são consagrados e constituídos para o serviço do povo sacerdotal. A oração da ordenação destaca a unção espiritual de Cristo sacerdote, profeta e pastor, que é transmitida ao ordenando.“.

O Arcebispo prosseguiu: “A Missa do Crisma manifesta que a Igreja é o corpo de Cristo, em seus vários ministérios e carismas. Esses dons concedidos pelo Espírito são para a comunhão do mesmo corpo. O rito da bênção dos óleos e a consagração do Crisma revelam o mistério da Igreja como sacramento de Cristo, que santifica toda realidade e situação de vida. O óleo dos catecúmenos vai ser força e coragem no coração daqueles que se preparam para a nova vida cristã na Igreja. O óleo dos enfermos é sinal da paciência e fortaleza, que liberta do mal e sustenta na provação da doença. O óleo do Crisma consagra todo cristão, para que irradie o bom perfume de Cristo, e significa o dom do Espírito no Batismo, na Crisma e na unção das mãos dos padres e da cabeça dos bispos no dia de sua ordenação.”.

Peço licença à Assembleia para partilhar com os padres alguns trechos de um artigo muito interessante de Dom Messias Reis – Bispo de Teófilo Otoni – que coloca a questão sobre situações embaraçosas na vida de alguns padres, como o suicídio ou escândalos, que ferem a imagem da Igreja. Ele questiona: Quem é o culpado? O Bispo? Os superiores? O presbitério? O Sacerdote? A família? A Igreja? O sistema? Os questionamentos seguem quase sempre sem respostas geradoras de vida. Os fatos vão se repetindo.“, apresenta Dom José Francisco em outro trecho do Sermão.

Ainda na homilia, o Arcebispo destaca: “E continua: Raramente, fala-se de um modo de viver que leva à morte ou à vida. É preciso, ao longo da vida, encontrar o jeito de viver que esteja em sintonia com a alegria vocacional. Um modo de viver que faz o coração arder e os pés se colocarem a caminho (cf. Lc 24,32-33). Esse modo de viver não se constrói de uma hora para outra.“.

Ainda se direcionando ao clero, finalizou Dom José Francisco em sua homilia:

É grande o dom que o Senhor nos oferece. É grande a responsabilidade que Ele nos confia.

“O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor me ungiu”.

Queridos padres, logo mais ao renovarmos nossas promessas sacerdotais, peçamos ao Senhor que nos faça ser homens da verdade, homens da caridade, homens de Deus.

E, neste momento especial de comunhão do Bispo com seu Presbitério, quero dizer o meu muito obrigado de coração a vocês, padres e diáconos, pela seriedade e empenho, fidelidade e carinho, com que vivem a sua vocação. Sabemos e temos consciência de nossas fragilidades, mas lutamos para vencê-las. Contamos com a compreensão, participação e oração de toda a comunidade, para cumprirmos a nossa missão. Pela graça do Senhor, temos um clero muito bom e numeroso, em comparação com muitas dioceses. Sejamos agradecidos a Deus e peçamos a Maria – Mãe dos Sacerdotes – que sempre nos leve, pastores e rebanho, ao encontro de Jesus nosso Deus e Salvador.

Óleo do Crisma

Uma mistura de óleo e bálsamo, significando a plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) , quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado, também, no sacramento do sacerdócio, para ungir os “escolhidos” que irão trabalhar no anúncio da Palavra de Deus, conduzindo o povo e o santificando no ministério dos sacramentos. A cor que representa esse óleo é o branco ouro.

Óleo dos Catecúmenos

Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças, antes do rito da água. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno, liberta – o e o prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito. Sua cor é vermelha.

Óleo dos Enfermos

É usado no sacramento dos enfermos, conhecido erroneamente como “extrema-unção”. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação da doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor, inclusive a morte, se for vontade de Deus. Sua cor é roxa.

Ao fim da celebração, os fiéis presentes cantaram parabéns para Dom José Francisco que abençoou e acolheu o povo presente na celebração.

Por João Dias/Íngrid Bianchini
Fotos: Thiago Maia

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