Celebração na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em São Gonçalo, reuniu o clero da Arquidiocese, religiosos, seminaristas e fiéis para a bênção dos santos óleos e a renovação das promessas sacerdotais
A noite desta segunda-feira, 14 de abril, foi marcada por emoção, fé e profunda espiritualidade na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no bairro Pacheco, em São Gonçalo. Fiéis de diversas paróquias da Arquidiocese de Niterói se reuniram para participar da Missa do Crisma, presidida pelo Arcebispo Metropolitano, Dom José Francisco Rezende Dias, concelebrada pelos Bispos, padres e diáconos.
Considerada uma das celebrações mais significativas da Semana Santa, a Missa do Crisma — ou Missa dos Santos Óleos — é um momento de profunda unidade eclesial. Nela, além da bênção dos óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e da consagração do Santo Crisma, os sacerdotes renovam publicamente as promessas feitas no dia da ordenação presbiteral.
Ao iniciar sua homilia, Dom José Francisco dirigiu palavras de acolhida aos irmãos no episcopado, ao clero e aos fiéis, ressaltando a comunhão de toda a Igreja presente:
“Queridos irmãos no Episcopado Dom Alano e Dom Geraldo, Pe. Carmine – Vigário Geral –, Pe. Humberto – Vigário Episcopal do Vicariato Alcântara –, Pe. Alan Vieira – Reitor do Seminário –, Pe. Marinho – Pároco desta paróquia –, na pessoa dos quais saúdo os Vigários Episcopais, os Padres e Diáconos presentes. Consagrados e consagradas, seminaristas, filhos e filhas no sacramento do Batismo, aqui presentes e aqueles que nos acompanham pelas redes sociais da Arquidiocese.”
Em seguida, o arcebispo destacou que esta celebração é, antes de tudo, uma oportunidade de retorno à essência da vocação cristã e sacerdotal. “Nesta noite, celebramos a festa da unidade. É a festa do povo de Deus, que fixa o olhar no mistério da unção, que marca a vida de cada cristão desde o dia do seu batismo”, afirmou. E completou:
“De modo muito especial, é a nossa festa, queridos irmãos no sacerdócio. É o momento de renovarmos nossa entrega, de olharmos para o jardim onde Cristo nos convida a permanecer com Ele.”
Inspirando-se no Evangelho de João, Dom José Francisco desenvolveu uma profunda meditação sobre a simbologia do jardim — lugar de encontro, de sofrimento, de entrega, mas também de ressurreição e esperança.
“Tudo começa e termina num jardim. O jardim é o lugar do afeto, da intimidade. E no final de tudo, Jesus será confundido com um jardineiro. Não seria Ele, de fato, o jardineiro dos nossos jardins? Aquele que cultiva em nós o que há de mais verdadeiro, mais puro, mais eterno?”, questionou o Arcebispo.
Ainda durante a homilia, Dom José dirigiu uma exortação aos presbíteros, que, na Missa do Crisma, renovam suas promessas sacerdotais:
“Amados irmãos presbíteros, ao renovarem suas promessas, façam-no com a generosidade de Maria, irmã de Lázaro, que não hesitou em entregar ao Senhor o nardo mais puro. Permaneçam com Ele no jardim. Sejam, onde estiverem, sinal do bálsamo da ressurreição.”
A celebração contou com a presença do clero das diversas paróquias da Arquidiocese, além de religiosos, seminaristas e representantes das comunidades e movimentos. A igreja de Pacheco ficou repleta, e muitos fiéis também acompanharam a transmissão ao vivo pelas redes sociais da Arquidiocese de Niterói.
Dom José também recordou dois momentos especiais: a ordenação diaconal de quatro seminaristas — marcada para o dia 26 de abril, às 9h30, na Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora — e a celebração pelos 50 anos de ordenação episcopal de Dom Alano, que será realizada no dia 25 de maio, às 18h, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Laranjal.
A Missa do Crisma, no contexto do Ano Santo da Esperança, reforça o compromisso da Igreja de Niterói com a missão evangelizadora e com o testemunho fiel do Evangelho, em tempos que exigem coragem, esperança e unidade.
Como proclamou Dom José Francisco em sua homilia:
“Amados irmãos e irmãs, quando lhes perguntarem ‘de onde você vem’, já saberemos a resposta: venho do jardim de Deus! Entrei com Ele, passei com Ele o que Ele e eu deveríamos passar e, no fim, passamos, porque afinal tudo passa. No fim, para quem atravessou esse jardim, sobrevive a paz. O jardim é a fonte da paz.”
Fotos: PASCOM – ArqNit