Arquidiocese recebe Cruz da primeira Missa

Símbolo sagrado visita pela primeira vez a cidade de Maricá e a Arquidiocese de Niterói. Cruz integra o acervo da Sé de Braga e vem ao Brasil pela terceira vez.

Foto: Deivid Antunes Pacheco

Maricá viveu um momento histórico no último sábado, 19 de abril. Em uma cerimônia marcada pela emoção e pela fé, o município recebeu pela primeira vez a Cruz utilizada por Frei Henrique de Coimbra na celebração da Primeira Missa do Brasil, em 1500. O símbolo, que pertence ao acervo do Tesouro-Museu da Sé de Braga, em Portugal, está em peregrinação pelo país como parte das comemorações dos 525 anos da presença cristã em solo brasileiro.

Foto: Deivid Antunes Pacheco

A recepção da Cruz aconteceu às 10h, no Memorial José de Anchieta, em Araçatiba, com a presença de Dom Geraldo de Paula, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Niterói. Também participaram o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar Raposo, o vice-prefeito de Maricá, João Maurício de Freitas, autoridades civis, religiosas e fiéis de diversas comunidades da região.

Em suas palavras, Dom Geraldo destacou a relevância do momento: “Valorizar o patrimônio cultural e preservar nossas origens é muito importante nesses tempos. Esta cruz representa não apenas um objeto histórico, mas a fé que moldou nossa identidade enquanto povo”. O bispo saudou o vice-prefeito João Maurício de Freitas, “na pessoa de quem saúdo todas as autoridades civis presentes”, e, em seguida, reverenciou o Padre Omar, “na pessoa de quem saúdo todas as autoridades religiosas”.

Foto: João Dias

A Cruz também passou pelo Instituto das Irmãs do Bom Conselho, onde foi calorosamente acolhida pelas religiosas que se encontravam em retiro espiritual, reforçando o espírito de devoção que marca sua peregrinação pelo país.

A escolha do Memorial José de Anchieta para a cerimônia remete a um dos episódios mais emblemáticos da história religiosa local. Em 1584, segundo a tradição, São José de Anchieta, diante da escassez de alimentos, orientou pescadores indígenas a lançarem suas redes em um ponto específico da Lagoa de Araçatiba. O resultado foi uma pesca tão abundante que a comunidade precisou recorrer ao uso de sal para conservar os peixes. O fato é lembrado até hoje como milagre e símbolo de bênção e fartura.

Após a celebração em Araçatiba, a Cruz seguiu em peregrinação até a Fazenda Joaquín Piñero, no Espraiado, em mais uma etapa da visita por locais que preservam a memória cultural e espiritual da cidade.

A vinda da Cruz ao Brasil marca sua terceira passagem pelo país: a primeira foi em 1500, no Descobrimento; a segunda, em 1960, na inauguração de Brasília; e agora, em 2025, como parte do Movimento Brasil com Fé. A iniciativa tem como missão a defesa da liberdade religiosa, a valorização das expressões espirituais e a promoção de uma cultura de paz.

Apuração das visitas e foto em destaque: Deivid Antunes Pacheco

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