Aproxima-se nossa celebração maior.
A primeira lua-cheia da primavera, no hemisfério norte, e do outono, no hemisfério sul – onde estamos – determina que chegou a Páscoa, a grande hora de refazer nossas escolhas: pró ou contra Cristo?
Quem o seguiu até aqui terá de repensar a caminhada a partir de uma questão fundamental: a qual Deus seguimos? Será ao Deus das benesses, que nos superlota de condicionantes positivos para angariar seguidores? Ao Deus da aurora humana, que só premiava crianças obedientes?
Continua, espinhosa, essa questão! A qual Deus seguimos? Será a um espectro de nossas próprias ambições: servimos a qualquer Deus e qualquer Deus nos serve, desde que cumpra direitinho seu papel de provedor?
Ou já amadurecemos e nos desviamos da infantilidade desse senso-comum, para conferir a Deus a centralidade de nossa vida, aliás, exatamente o único lugar que ele quer ocupar?
A proximidade da Paixão e Morte do Senhor, celebrada neste ano de forma contida e represada, deve nos levar a pensar se não é hora de abandonar nossos ufanismos vaidosos em busca de uma simplicidade, pelo menos, mais real e honesta.
Deus não é mais a questão central nem dos intelectuais nem da grande massa humana. Geralmente, as preocupações humanas giram hoje em torno do que fazer no final de semana ou em comprar o último modelo de qualquer última necessidade, do que em como perceber a sutil presença de Deus nos meandros do mundo. Para muitos, Deus se tornou supérfluo.
Cabe a nós, que ainda cremos, distinguir entre um ovo-de-chocolate e a celebração da vida, entre um almoço de domingo mais volumoso e a certeza cativante de que nunca mais estaremos sozinhos. Se Deus não é mais a questão humana central, cabe a nós, cristãos, colaborar para que ele volte a ser.
É tudo o que queremos!
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