Neste tempo Pascal, toda atenção converge para o Senhor Ressuscitado. As primeiras impressões dos discípulos são fundamentais para a fé cristã.
Embora o Ressuscitado já tivesse aparecido a Pedro e aos dois discípulos de Emaús, ele ainda não havia aparecido aos outros: os Onze. É quando Lucas conta uma intervenção do Ressuscitado repentina, misteriosa e avassaladora. Com eles trancados e comentando o que se passou, Jesus transparece no meio deles e os saúda. Todos ficam assustados e com medo: pensam num fantasma. Jesus, então, lhes mostra mãos e pés perfurados, os convida a tocá-lo e come um pedaço de peixe em sua presença.
Depois de 20 séculos de pregação ininterrupta, de produções culturais, sobretudo, na pintura e no cinema, de procissões do Ressuscitado com sua bandeira branca balançando na madrugada, parece que nos tornamos anestesiados com a notícia, e falamos dela com a certeza e a banalidade de quem espera encontrar pão na padaria. Mas não foi assim naqueles primeiros dias.
Embora haja em Jesus algo diferente, que leva as pessoas a associarem sua presença a um espírito, o Ressuscitado é um ser corporal: ele, realmente, foi levantado dentre os mortos. Ao comer o peixe, ele não deixa ninguém esquecer do episódio em que alimentou cinco mil pessoas com cinco pães e dois peixes. Observem que os dois de Emaús o reconheceram no partir do pão, e os Onze, quando ele come o peixe no meio deles.
O problema todo é que o Plano Divino implicava sofrimento e morte, e essa visão subvertia as expectativas messiânicas dos discípulos.
Não foi fácil para eles entenderem e aceitarem que o Ressuscitado era o mesmo que havia sido Crucificado. Quem estava preparado para tamanha mudança de paradigma? Quem já está?
A Páscoa é a nossa chance de efetuar mudanças de paradigmas. Se não, agora, quando?
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