Em 2013, o Papa Francisco realizou sua primeira viagem apostólica, vindo ao Rio de Janeiro para participar da 28ª Jornada Mundial da Juventude. O ponto alto de sua visita ao Brasil foi no domingo, 28 de julho, quando cerca de 3,7 milhões de pessoas acompanharam sua homilia na Praia de Copacabana.
Nesta segunda-feira (21), o Santo Padre faleceu aos 88 anos, após 12 anos de pontificado à frente da Igreja Católica. Deixa um legado duradouro, especialmente aos jovens que, direta ou indiretamente, participaram da JMJ Rio.
Com o coração enxarcado pela esperança na ressurreição de Jesus, hoje nos despedimos fisicamente do amado Papa Francisco.
“Desejamos que o Senhor Ressuscitado, com Sua Mãe, o acolha no lugar preparado para ele pelo próprio Senhor. Que a Esposa de Cristo, vivendo as alegrias da Oitava da Páscoa, seja testemunha do sepulcro vazio para todas as pessoas de boa vontade. Descanse em paz, querido Papa, e interceda por nós junto ao Pai das Misericórdias!” Pe. Douglas Fontes
Acompanhe o testemunho de Ana Claudia Mesquita
“O início da minha juventude foi marcado pela mudança do pontificado. Naquele mês de fevereiro de 2013, as lideranças juvenis da Arquidiocese de Niterói foram pegas de surpresa com a renúncia do Papa Bento XVI, enquanto participávamos da Convivência de Lideranças. Afinal, esperávamos a sua vinda para a JMJ no Rio de Janeiro. Porém, esse período de dúvida logo se transformou em alegria com o anúncio do novo Papa: Francisco! Teríamos a graça de contemplá-lo de perto em sua primeira viagem internacional. Quanta expectativa foi criada para esse momento!
E, claro, essa expectativa não se frustrou em nenhum segundo. Recebemos em nosso Estado um Papa tão próximo de todos — especialmente dos jovens — e que nos confiava a missão de fazer discípulos no mundo inteiro! Lembro-me de que foi naquele calçadão de Copacabana que pude vê-lo pela primeira vez, antes da Missa de Envio. A alegria tomou conta do meu coração! Tocada pela imensa felicidade daqueles dias tão transformadores na minha vida, decidi que iria à próxima jornada, na Polônia.
Naquele maravilhoso país, tudo era misericórdia. Francisco era a própria expressão da misericórdia ao proclamar também o Ano Santo Extraordinário! Tive uma graça muito grande durante a Vigília daquela JMJ: sentei-me na área à frente do palco e vi o Santo Padre passar pela Porta Santa do Campus Misericordiae, de mãos dadas com jovens do mundo inteiro.
Em 2019, também pude ir à Cidade do Panamá. Naquele país alegre e festivo, lembro-me do Papa nos convidar a voltar o olhar aos jovens que sofrem em todo o mundo. Essa viagem foi ainda um marco para minha formação profissional, pois fiz o tema do meu TCC sobre a cobertura jornalística daquele evento. Coloquei as palavras do Papa em minhas páginas, especialmente o questionamento que ele fez na ocasião:
“Porventura, alguém, pelo fato de ter alguma deficiência, ser estrangeiro, ter errado, encontrar-se doente ou em uma prisão, não é digno de amor?”
E, a última bela experiência foi em Portugal, onde dois momentos foram muito marcantes. O primeiro foi durante a cerimônia de acolhida na Colina do Encontro, quando ele percorreu por um longo tempo os corredores em seu papamóvel. Era visível o seu esforço em estar conosco; porém, era ainda mais visível a sua alegria ao nos cumprimentar, parando várias vezes ao longo do trajeto para nos deixar sua bênção.

Diante de tantas experiências marcantes, destaco ainda outra surpresa: participei da Adoração ao Santíssimo no palco do evento! E, durante a saída, pensei: ‘Acho que essa será a última vez que o verei pessoalmente…’ O coração ficou apertado, mas logo depois rezei, bendizendo a Deus por ter sido uma jovem que cresceu sob o seu pontificado”, conclui.