Na Catedral de Niterói, Arcebispo preside a Celebração e destaca que a verdadeira grandeza está em servir como Cristo serviu
A Catedral Metropolitana de São João Batista acolheu, na noite de ontem, 17 de abril, a Missa da Ceia do Senhor, marcando o início do Tríduo Pascal. A celebração foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Niterói, Dom José Francisco, e concelebrada pelo Arcebispo Emérito, Dom Alano Maria Pena, e pelo pároco da Catedral, padre Luiz Cássio.
A Quinta-feira Santa recorda três momentos centrais da fé cristã: a instituição da Eucaristia, do Sacerdócio e do mandamento do Amor. Em sua homilia, Dom José Francisco conduziu os fiéis à profundidade do gesto de Jesus no Cenáculo, lavando os pés de seus discípulos, e refletiu sobre a centralidade do amor como serviço.
“Na sociedade nova que Jesus funda, cada um há de ser livre. São todos senhores porque todos são servidores. Só o amor cria a liberdade”, afirmou o Arcebispo, ressaltando que o gesto do lava-pés é mais do que simbólico: é norma de vida para toda a comunidade cristã.
A homilia também destacou o contraste entre Judas e Pedro, figuras que representam posturas opostas diante da Ceia do Senhor. “Entre Judas e Pedro existe uma diferença abissal, que define a vida e a eternidade. Judas foi filho do desespero, Pedro se filiou à confiança.”
Ao longo da reflexão, uma frase do Evangelho de João foi repetida como fio condutor do mistério celebrado: “Vocês agora não sabem o que estou fazendo. Ficarão sabendo mais tarde.” Para Dom José Francisco, essas palavras de Jesus expressam a pedagogia divina, que transforma a ignorância em fé e o medo em coragem.
“Jesus quer mostrar aos seus discípulos o amor do Pai com quem está identificado. Ao se colocar, ele próprio, Deus entre os homens, aos pés dos seus discípulos, Jesus destrói a falsa ideia de Deus, desde sempre”, disse o Arcebispo. “O trabalho de Deus em favor do homem não se faz desde cima, como esmola, mas desde baixo, como servo, elevando o homem ao seu próprio nível.”
A celebração também foi ocasião para recordar o Dia do Sacerdote, com palavras de gratidão e encorajamento aos presbíteros. “Se Cristo é o centro de nossas pobres vidas, seremos como Ele foi, faremos como Ele fez, viveremos como Ele vive, de sua vida em nós.”
Ao fim da Missa, aconteceu a transladação do Santíssimo Sacramento, em um momento de silêncio e adoração. O Tríduo Pascal prossegue com a Celebração da Paixão e Morte do Senhor, nesta Sexta-feira Santa, e culmina com a solene Vigília Pascal, no Sábado Santo.
Fotos: Bruno Teixeira