Ao que tudo indica, a morte de Jesus e a sua ressurreição eram fatos conhecidos, comentados e divulgados intensamente no mundo romano pelos discípulos, simpatizantes e incrédulos.
O evangelho de Lucas fornece detalhes sobre a progressão desta fé no mundo antigo. O livro dos Atos dos Apóstolos, também de Lucas, dá conta insistentemente do fato. “Falavam eles ainda ao povo quando sobrevieram os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, ressentidos por ensinarem eles o povo e anunciarem, em Jesus, a ressurreição dentre os mortos; e os puseram em cárcere até o dia seguinte… (Atos 4,1s).
Observe que os líderes da comunidade não eximiam esforços para exterminar aquela “superstição perniciosa” (assim chamada por Tácito). Note também que estes eventos aconteceram na cidade de Jerusalém, a mesma cidade em que Jesus tinha sido assassinado publicamente e sepultado, semanas atrás.
Levando-se em conta os dados históricos, podemos pensar que diante das explanações sobre a Ressurreição de Jesus, só temos duas alternativas: ou o túmulo estava vazio na manhã da Páscoa ou o túmulo ainda continha o corpo de Jesus.
Para presumir que o corpo ainda estivesse no túmulo, encontramos sérias dificuldades.
Por que os líderes romanos e judaicos, em Jerusalém, teriam de fazer grandes esforços a fim de estancar o noticiário duma alegada ressurreição, se o corpo ainda estivesse no túmulo, a pouca distância de onde os apóstolos espalhavam a notícia? Ainda mais: por que nenhum dos líderes esperou os discípulos chegarem ao clímax da pregação sobre a ressurreição, para naquele instante exibir a todos o corpo do crucificado? Isso não teria desacreditado o movimento incipiente sem ter que encarcerar, torturar ou martirizar ninguém?
Parece que isso faz pensar! Não faz?
(Eu continuo.)
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