O Dia dos Finados, celebrado na última segunda-feira, é uma data marcante para milhares de pessoas. Quem não teve alguém muito amado que se foi e penetrou na penumbra da morte, de onde nenhuma notícia nos chega, quase nada se pode afirmar, a não ser manter a esperança da ressurreição?
Na tradição da Igreja Católica, no dia 1º de novembro, são comemorados Todos os Santos. O dia seguinte foi considerado o mais apropriado para fazer orações por todos os demais falecidos: é por isso que no dia 2 de novembro se celebra o dia de Finados.
Os primeiros registros de orações pelos cristãos falecidos datam do século 1, quando era costume visitar os túmulos dos mártires. No ano 732, o Papa Gregório III autorizou os padres a realizar missas em memória dos falecidos. Sempre ouvi dizer que o primeiro dever de caridade cristã era cuidar dos irmãos que estão vivos, e o segundo, rezar pelos irmãos que morreram. Em quase todas as missas, em todos os dias, há pedidos de oração por eles, e em todas, pedimos por todos os irmãos que se foram, para que sejam inundados da Luz eterna.
Mas a morte: o que é?
Na compreensão cristã, a morte é o encontro com o absoluto da vida, quando o homem percebe a totalidade da beleza do seu próprio mistério e dignidade. Deus não é um ser exótico na experiência humana, pelo contrário, é a sua máxima profundidade.
Acontece que a vida nos oferece poucas claras oportunidades de perceber isso. Daí que precisamos de algo que vá além da vida. Não sei se posso dizer que seja a morte. A fé cristã desde sempre intuiu que há algo na morte que supera a vida, algo de que a vida nada pode dizer, porque as palavras são curtas. Só depois, iremos perceber o que nos trouxe aqui.
Mas, por que depois? Não seria mais inteligente perceber desde já? Não seria uma antecipação da eternidade?
+ Dom José Francisco Rezende Dias
Arcebispo Metropolitano de Niterói
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