O Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, celebrou na noite de domingo, 24 de dezembro, a Missa do Galo, na Catedral de São João Batista, no Centro de Niterói. A Santa Missa foi concelebrada pelo Bispo Auxiliar, Dom Geraldo de Paula, pelo Arcebispo Emérito de Niterói, Dom Frei Alano Maria Pena, OP. e pelo Padre Wallace. Centenas de fiéis estiveram no local para a cerimônia, transmitida pelas Redes Sociais e Rádio Anunciadora.
Na homilia, o Arcebispo de Niterói destacou: “Não tenhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que o será para todo povo: Hoje, na Cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador, que é o Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: Encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura (Lc 2,10-12).
Mas que sinal é esse? Um menino recém-nascido? Envolto em faixas? Deitado num cocho de animais? Que sinal é esse?
E a quem foi anunciado? Foi anunciado aos pastores nos campos. Nem em Roma nem em Jerusalém, em nenhum centro de poder, mas aos malvistos, pobres e marginalizados pastores, e através deles a todo povo. E a notícia que causa “grande alegria” começa com um solene “HOJE”: Hoje, na Cidade de Davi, nasceu para vós um Salvador…
Deus não é “para amanhã”. É “para Hoje”!.”
Prosseguiu: “Há momentos em que, realmente, não entendemos por que Deus não intervém na nossa carne, curando a doença da carne. Há momentos em que, realmente, não entendemos por que Deus não intervém na nossa história, mudando o rumo da história.
O fato de não entender não significa que não haja respostas. Significa que a resposta ainda esteja fora do nosso alcance, não porque Deus quer que assim seja. Ela está fora do nosso alcance porque não sabemos procurar.
Será que, um dia, alcançaremos? Será que, um dia, realmente, desejaremos alcançar? Quem sabe seja esse o grande pedido a ser feito no Natal: descobrir o Deus escondido. Se isso nos for dado, pouca coisa faltará a ser pedida na vida. No Natal, adoramos o Deus escondido.
Essa é a grande mensagem do Natal, deste Natal. Não tenham medo! Não tenham medo de não terem respostas. Não tenham medo de parecerem estúpidos. Não tenham medo de Deus!”.
E concluiu: “Esse é o grande pedido do Natal, deste Natal. Não se deixem iludir pela matéria. São todas bijuterias. A joia encontra-se em outro lugar.
Essa é a grande verdade do Natal, deste Natal. Deus quer ser encontrado. Procurem até encontrá-lo. Nunca desanimem!
Deus permanece escondido, mas está aqui, e aí, dentro de você. Procure dentro de você e você o encontrará. Mergulhe na sua pobreza, na sua solidão, na sua tristeza, na sua alegria e no seu contentamento, e você o encontrará. Esse é o maior mistério do Natal: Deus quer ser encontrado. Se Ele se tornou o menor de todos, foi apenas para que você o encontrasse.
Feliz Natal! Feliz encontro com o Deus escondido dentro de você, velado na sua carne e na história de sua vida! Feliz encontro de duas pessoas que se amam e querem viver uma história de amor: você e Deus.
Feliz Natal para você, sua família, comunidade e para o nosso mundo!”.
Após a Eucaristia, o Padre Wallace agradeceu a presença do senhor Arcebispo, em mais uma celebração de Natal, na Catedral São João Batista, agradeceu aos que acompanhavam pelas Redes Sociais e Rádio. Dom Geraldo de Paula falou uma pequena mensagem de Natal aos presentes. Dom José Francisco levou a imagem do Menino Jesus, em procissão, até o presépio, abençoando os fiéis, em seguida.
História
Para celebrar o nascimento de Jesus, a Missa do Galo foi instituída no século V, após o Concílio de Éfeso (431 d.C.), começando a ser celebrada, oficialmente, na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, pelo Papa Sisto III.
É celebrada à meia-noite do dia 24 de dezembro. O galo foi escolhido como símbolo desta celebração porque, historica e tradicionalmente, representa vigilância, fidelidade e testemunho cristão.
Nos primeiros séculos, as vigílias festivas eram dias de jejum. Os fiéis se reuniam na igreja e passavam a noite, rezando e cantando. A Igreja era toda iluminada com lâmpadas de azeite e tochas.
Na tradição católica cristã, todas as velas do Advento são acesas na Missa do Galo, para a celebração solene do nascimento do Messias, Jesus Cristo: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade”!
O Natal é a única celebração do calendário litúrgico que contempla três celebrações Eucarísticas, mas a da noite reúne os aspectos históricos e humanos do nascimento de Cristo.
Hoje, tradicionalmente, depois da missa, as famílias voltam para suas casas, colocam a imagem do Menino Jesus no Presépio, realizam cânticos e orações em memória do Messias, filho de Deus, confraternizam-se e compartilham a Ceia de Natal, com eventual distribuição de presentes.
Tradições populares
A expressão “Missa do Galo” é específica dos países latinos e deriva da tradição ancestral, segundo a qual, à meia-noite do dia 24 de dezembro, um galo teria cantado fortemente, como nunca ouvido, anunciando a vinda do Messias, filho de Deus vivo, Jesus Cristo.
Outra tradição, de origem espanhola, narra que, antes das 12 badaladas dos sinos, à meia- noite de 24 de dezembro, os lavradores da província de Toledo, Espanha, matavam um galo, em memória daquele que cantou três vezes, quando São Pedro negou Jesus, por ocasião da sua morte.
Depois, o galo era levado à igreja, para ser oferecido aos pobres, a fim de que seu Natal fosse melhor. Outro costume, em algumas aldeias espanholas, era levar o galo à igreja, para que ele cantasse, durante a Missa, como uma espécie de prenúncio de boas colheitas.
Outra origem da expressão vem do fato de a Missa da Noite de Natal terminar muito tarde. “Quando as pessoas voltavam para casa, os galos já estavam cantando”.
O galo ,também ,anuncia o nascer do sol e o seu canto simboliza o amanhecer, comemorado pelos pagãos, como forma de agradecer o surgimento do Sol, após o longo período de inverno.
Mas o nome Missa do Galo é usado, somente, em países de línguas portuguesa e espanhola.
Teria Sisto III, no ano 400, instituído uma Missa, para celebrar o nascimento de Cristo ‘ad galli cantus’, isto é, na hora em que o galo canta, para indicar o início do novo dia, após a meia-noite.
Há quem diga, ainda, que a origem deste nome incomum remonta aos primórdios do cristianismo, quando os cristãos iam em peregrinação a Belém, onde celebravam a hora do primeiro canto do galo.
Finalmente, dizem que um galo teria assistido ao nascimento do Menino Jesus, na gruta de Belém, além de outros animais, como o burro e a vaca. Assim, o galo teve a tarefa de festejar e anunciar, para sempre, a data do nascimento do Salvador do mundo.
Reveja a íntegra da Celebração:
Por João Dias com Rádio Vaticano
Fotos e Imagens: João Dias