O Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana reúne em Roma, até 13 de setembro, 45 dos 55 bispos da Ucrânia, da Europa Central e Ocidental, da América do Norte e do Sul e da Austrália. Este é o segundo Sínodo desde o início da guerra em fevereiro de 2022 e foi definido pelo arcebispo greco-católico de Kiev como “Sínodo da esperança”.
A Sala de Imprensa da Santa Sé informou que antes da Audiência Geral desta quarta-feira, 6, o Papa Francisco recebeu os bispos do Sínodo da Igreja Greco-Católica Ucraniana no Estúdio da Sala Paulo VI.
Durante o encontro, que durou quase duas horas, após a saudação de Sua Beatitude Svjatoslav Ševčuk – que recordou a dolorosa situação em que se encontra o seu país, com o aumento do número de mortos, feridos, de pessoas torturadas, e agradeceu ao Papa pela o afeto demonstrado de tantas maneiras e em tantas ocasiões – pronunciaram-se vários participantes, cada um para contar o sofrimento que o povo ucraniano vive em diferentes lugares e maneiras.
O Papa Francisco ouviu atentamente as palavras que lhe foram dirigidas, expressando com algumas breves intervenções os seus sentimentos de proximidade e participação na tragédia que vivem os ucranianos, com uma “dimensão de martírio” da qual não se fala o bastante, submetidos à crueldade e criminalidade. Expressou a sua dor pelo sentimento de desamparo vivido face à guerra, “uma coisa do diabo, que quer destruir”, com um pensamento particular para as crianças ucranianas encontradas durante as audiências: “eles te olham e esqueceram o sorriso” e acrescentou: “Este é um dos frutos da guerra: tirar o sorriso das crianças”.
Para responder à crueldade da guerra, surgiu a necessidade de mais oração, pela conversão e pelo fim do conflito e, na sequência de um pedido recebido durante o encontro, o Papa manifestou o desejo de que no mês de Outubro, particularmente nos santuários, que a oração do Rosário seja dedicada à paz na Ucrânia.
Ao falar do encontro que teve com alguns jovens russos nos últimos dias, o Papa referiu-se depois à resposta dada aos jornalistas no avião que regressava da Mongólia.
Por fim, recordou o exemplo de Jesus durante a Paixão, que não permanece vítima de insultos, de torturas e da crucificação, mas testemunha a coragem de dizer a verdade, de estar próximo das pessoas, para que não percam a coragem. “Não é fácil – disse – isto é santidade, mas o povo quer que sejamos santos e mestres deste caminho que Jesus nos ensinou”.
Ao concluir, antes de se dirigir juntos em oração a Nossa Senhora, o Papa confidenciou como todos os dias recorda os ucranianos na sua oração diante do ícone da Virgem que lhe foi dado pelo arcebispo-mor antes de partir de Buenos Aires.
Vatican News