As Missões Jesuíticas dos Guaranis formaram 30 reduções que era um tipo de estrutura colonial prevista para os indígenas, eram povos nos quais congregavam vários cacicados. O novo espaço colonial urbanizado a modo dos povos de espanhóis, porém sem espanhóis morando neles, devia facilitar a instrução religiosa, a vida “política e humana” e a agricultura. Os missioneiros eram de fato os representantes da administração colonial, sendo os principais responsáveis da programação da vida cristã e política. As reduções dos jesuítas lograram desenvolver uma certa autonomia, evitando a submissão aos “encomendeiros” e até a entrada de espanhóis no território dos povos guaranis.
Em sua fase final estiveram distribuídas em número de 7 reduções do lado brasileiro, 15 na Argentina e 8 no Paraguai. Alcançaram grande desenvolvimento: Foram concebidas e fabricadas as ferramentas necessárias. Muito rapidamente, as reduções constituíram o conjunto agrícola mais completo e melhor organizado da América. Todas as profissões artesanais tinham sido introduzidas e prosperavam. Fabricavam relógios, clarinetes, trompetes e tantos outros como nas melhores fábricas da Europa. Os principais artigos exportados pelas reduções eram o mate, o fumo, o algodão, o açúcar, os tecidos de algodão, os bordados, as rendas, os objetos trabalhados em torno, mesas, armários, e baús de madeiras preciosas, esculturas, peles, curtumes e arreios de couro, rosários e escapulários, mel, frutas de todas as espécies, cavalos, mulas, e carneiros, assim como e excedente de diversas indústrias, como a de instrumentos musicais. Todos eram vendidos à Europa, Corrientes, Santa Fé, Buenos Aires e Peru.
O evento estará analisando o início de todo o processo de cristianização, especialmente do lado brasileiro, em que naquele momento foram fundadas 18 reduções. A população nativa foi encontrada em seu estado nativo e culturalmente vivendo suas milenaridades. O modo de como os jesuítas foram conectando sua cultura europeia ao modo de vida dos indígenas será um dos focos das apresentações, bem como a localização das igrejas e comunidades para fixar cartograficamente estes territórios.
Aquele processo reducional inicial iniciado em 1626 na atual área brasileira foi toda expulsa pelos Bandeirantes entre 1637 a 1640, pois buscavam os cristãos indígenas como escravos para suas lavouras. Os reflexos para os acontecimentos futuros como o retorno a partir de 1682 e inclusive a análise sobre esses descendentes na atualidade nos povos da América Latina farão parte dos debates.
O evento conta com apoio da Universidade Federal de Santa Maria, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, da UNISINOS, UNESCO e organizações locais e estaduais como no caso do Grande Projeto Missões que une mais de 300 pesquisadores em torno destes conhecimentos científicos.
São Pedro do Sul foi escolhido para a realização do fórum, pois está em meio à região inicial do processo de cristianização reducional daquela primeira fase. Serão realizadas palestras específicas pelos pesquisadores e lançamentos de livros sobre a temática.
As inscrições são gratuitas e haverá link de transmissão de todo o evento. Maiores informações podem ser obtidas no Whasapp +55 (55) 3276-6145.
*Por José Roberto de Oliveira – publicado em Vatican News
Arte: divulgação