Papa a juízes do México: quem luta pelo bem nunca está sozinho

O evento do Comitê Pan-americano de Juízes para os Direitos Sociais e Doutrina Franciscana que termina nesta sexta (18), no México, contou com uma mensagem de Francisco. Em vídeo, o Pontífice encoraja os juízes a serem defensores da dignidade humana e da legalidade todos os dias, renovando “a fé e a força do povo”: “aqueles que lutam pelo bem nunca estão sozinhos”.

A II Cúpula Internacional de Juízes pelos Direitos Sociais a Doutrina Franciscana termina nesta sexta-feira (18) com uma mensagem em vídeo enviada pelo Papa Francisco. A etapa de dois dias que acontece na cidade de Tlaxcala, no México, é destinada à apresentação e incorporação do Capítulo Mexicano com uma jornada acadêmica que reflete sobre neocolonialismo, migração, acesso à justiça, democracia, desenvolvimento, compra e venda de crianças para adoção, além de autonomia e independência judicial.

O evento é promovido pelo Copaju, o Comitê Pan-americano de Juízes para os Direitos Sociais e Doutrina Franciscana. A organização foi constituída com a inspiração do próprio Pontífice no âmbito do primeiro encontro panamericano que aconteceu em junho de 2019, no Vaticano, e trabalha em relação estreita com a Pontifícia Academia das Ciências. Os membros são aqueles que participaram do histórico encontro há três anos, assim como magistrados e funcionários do Ministério Público e da Defesa de diferentes países do mundo.

O papel central dos juízes

No vídeo, gravado em espanhol e publicado no site do Copaju, o Papa alerta para “a crise planetária que está se aprofundando a cada dia, ameaçando a humanidade e o próprio planeta”, além do “paradigmas do pragmatismo e do lucro que ameaçam a justiça e também a democracia como sistema político”. Um contexto difícil, acrescenta o Pontífice, no qual “o papel dos juízes, da pessoa que vai julgar, é central e definidor”:

“Os poderes institucionais legitimados pelo povo e pela lei são chamados a estabelecer limites à voracidade das corporações e às concentrações econômicas que degradam e descartam sem trégua. Também para neutralizar projetos políticos autoritários e degradantes.”

O compromisso que os juízes assumem “como defensores da dignidade humana e da legalidade substantiva deve ser restabelecido diariamente com discursos e práticas”, enaltece ainda o Papa no vídeo:

“A sociedade, protegida e guiada por um sistema de justiça independente e um sistema de justiça probatório, imita em sua conduta os ensinamentos que recebe deles. O contrário acontece com uma justiça distante, fechada no positivismo situacional, uma justiça adjetiva, uma justiça vazia, que é o terreno fértil para uma sociedade anômica e egoísta.”

As práticas que dignificam

O desejo do Papa, então, é para que a organização criada no México sirva para agregação e para defesa, tornando os juízes melhores, de tal modo que a justiça possa ser protegida. E Francisco finaliza a mensagem em vídeo fazendo um lembrete:

“E, por favor, recordem que as práticas dignas dignificam aqueles que as recebem e também aqueles que as realizam. A bondade das decisões abençoa aqueles que as promovem; a coragem dos juízes diante do poder dos injustos renova a fé e a força do povo no assunto. Aqueles que lutam pelo bem nunca estão sozinhos.”

Por Andressa Collet – Vatican News
Foto: Vatican Media

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