EVICOM: Pascom do Vicariato São Gonçalo participa de encontro

Os membros da Pastoral da Comunicação do Vicariato São Gonçalo reuniram-se para o Encontro Vicarial de Comunicação (EVICOM), realizado no dia 3 de setembro, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, Porto Novo, São Gonçalo. O objetivo do EVICOM é animar e promover a unidade dos membros da Pascom, partilhando as experiências e fortalecendo a vida em oração, importantes para o anúncio da Boa Nova.

O coordenador do Vicariato São Gonçalo da Pascom, Fábio Miranda, enviou um e-mail contatndo como foi o encontro. Descreve ele:

Depois de dois anos afastados, trinta e quatro pasconeiros e comunicadores sociais puderam se encontrar presencialmente no EVICOM – Encontro Vicarial de Comunicação, que ocorreu no último sábado, dia 03 de setembro, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Porto Novo, no Vicariato São Gonçalo, pertencente à Arquidiocese de Niterói.

O evento, teve como objetivo reunir os comunicadores católicos das mais diversas pastorais, movimentos e congregações, além dos agentes da Pastoral da Comunicação (Pascom). Foram abordados temas reflexivos e pertinentes para um exercício de sinodalidade e meditação sobre a mensagem do Papa Francisco para o 56° Dia Mundial das Comunicações, “Escutar com o ouvido do coração”. Tudo foi transmitido ao vivo pelo Facebook (https://www.facebook.com/pascomvicsg/).

O Encontro foi aberto pelo coordenador vicarial Fábio Miranda, que realizou a oração inicial e agradeceu a presença de cada comunicador social e agente pastoral, convidando-os para uma jornada de convivência, autoconhecimento, empatia e para um posterior exercício de regulagem de rotas e destinos do setor de comunicação vicarial.

O primeiro momento do papo de Pascom foi conduzido pelo Robson Santarém que é Coach Executivo, professor, palestrante e escritor. Seus livros são: Precisa-se (de) ser humano, As bem-aventuranças do líder, A perfeita alegria e dinâmicas relacionais, publicados pela editora vozes. Robson abordou o tema “A escuta no processo da comunicação” com muita leveza, contextualizando o processo de escuta aos participantes e exemplificando com vídeos e casos do dia a dia as imperfeições no processo comunicativo. Falou da importância da troca no processo comunicativo, realizando em seguida algumas dinâmicas e exercícios desde autoconhecimento, escuta própria e escuta do próximo. Ele trouxe muitas reflexões de grandes comunicadores, pensadores, psicólogos e também do Papa Fransciso, o qual considera um exímio comunicador. Robson finalizou o seu tema, fazendo um convite aos participantes para praticar a empatia no processo comunicativo.

O segundo momento do papo de Pascom foi conduzido por Gisele Miranda que é formada em psicopedagogia. Ela mediou o tema: “A escuta que dá voz aos excluídos”. Iniciou sua abordagem falando sobre a importância da acolhida nas nossas igrejas, citando Mt 10,40, onde Jesus nos diz “Quem vos acolhe a mim acolhe”. Também utilizou o trecho do livro “Acolher é comunicar”, da irmã Helena Corazza, introduzindo assim os participantes a uma reflexão sobre o atual processo de acolhida das pessoas com deficiência nas igrejas e como de fato deveria ser este processo de acolhimento. A seguir convidou para compor o debate a acadêmica Larissa, surda e agente da pastoral dos surdos da Reitoria São José Operário e Rincão do Senhor. Larissa iniciou sua comunicação com os participantes do EVICOM utilizando LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), sem que interprete fizesse a versão voz para os presentes. Isso perceptivelmente gerou um desconforto e estranheza aos participantes que não conheciam a LIBRAS. Essa dinâmica provocativa sobre a comunicação, foi utilizada exatamente para que os participantes sentissem a mesma dificuldade de receber a informação comunicada como os surdos sentem quando não há nas paróquias pessoas que conheçam minimamente a LIBRAS. Após está dinâmica a Larissa, com o auxílio da intérprete Jaqueline fazendo a versão voz, abordou a importância da acolhida dos surdos nas paróquias, capelas e comunidades. Mostrou as dificuldades de ter poucos intérpretes, dos problemas com a falta de janela acessível, do tamanho minúsculo deste meio de acessibilidade quando realizadas nas transmissões, da falta de legenda nos vídeos e transmissões ao vivo. Contou a experiência difícil na sua preparação para a catequese e para a crisma. Ela deixou claro que considera um desrespeito aos surdos e aos intérpretes, quando as equipes de liturgia e alguns padres os colocam apartados do restante da assembleia ou afastados do presbitério, alegando que a interpretação tira a atenção dos demais participantes. Finalizou pedindo a reflexão dos comunicadores e padres sobre os pontos abordados.

Após a fala da Larissa a Gisele convidou para compor o debate a intérprete de LIBRAS Jaqueline, para falar um pouco sobre a experiência dela nesta questão de acessibilidade comunicacional. A Jaqueline falou da importância das comunidades surdas, assim como da capacitação dos surdos para o exercício de protagonismo nas igrejas. Ela trouxe uma reflexão aos participantes, quando perguntou: “Quem de vocês conhecem surdos, cegos ou pessoas com deficiência que são coordenadores pastorias, ministros extraordinários da sagrada comunhão, seminaristas, diáconos, padres ou bispos? “De fato o silêncio ecoou, pois dos presentes niguém conhecia algum deficiente ocupando estes lugares. Ela complementou dizendo que conhece alguns coordenadores pastorais na cidade do Rio de Janeiro, uma MESC na Paróquia Porciúncula de Sant’ana em Niterói e um Padre em Curitiba. Reforçou diversos pontos levantados pela Larissa sobre a pastoral dos surdos e complementou dizendo: “Se não conseguimos ouvir e perceber as necessidades destes irmãos, somos mais surdos ou deficientes que eles, porque não conseguimos ouvi-los nem com o nosso sistema auditivo e nem com os ouvidos do coração.

A Neuropsicopedagoga e educadora Andreza Barros, também foi convidada a participar do papo de Pascom e já iniciou a sua fala dizendo que nenhum deficiente deve receber o título de “tadinho”. Ela que trabalha com pessoas autistas, com TDAH, deficientes cognitivos e ainda sendo mãe atípica de dois autistas trouxe um olhar mais aprofundado sobre o que mais impacta e afeta aos neurodivergentes dentro da igreja. Exemplificou com o caso de uma família conhecida, que são pais atípicos de uma criança autista. Eles não participavam mais da missa presencialmente por causa dos olhares e comentários desagradáveis das pessoas na igreja como falas excludentes, pois para estas pessoas e até para o sacerdorte, a criança atrapalhava a celebração da missa por seu comportamento ser diferente, agitado, distraindo assim a comunidade. Falou ainda sobre o caso de um jornalista cego que estava fazendo seu estágio pastoral por conta do catecumenato na Pascom, mas que não seguiu na pastoral e na paróquia, por ser taxado como incapaz de realizar as atividades pastorais. O que de fato era um erro terrível, pois ele com seu conhecimento poderia agregar muito conhecimento e formação aos agentes. Ela citou também questões sobre a falta de catequistas aptos a receber os PcD’s por falta de formação e até mesmo interesse. Muitas foram as perguntas aos membros do bate papo de Pascom, mas um deles foi: “Como iniciar uma mudança dessa realidade?” A Andreza respondeu que para mudar esta realidade seria necessário a criação de equipes multidisciplinares nas paróquias, convidando especialistas como pedagogos, psicopedagogos, neurologistas, psicólogos e assistentes sociais, além é claro da participação dos diáconos e sacerdotes.

Logo após ao almoço, os agentes puderam participar de uma palestra online e ao vivo com o Padre Cláudio, coordenador do SECOM e PASCOM Arquidiocesano, que estava em Roma à estudos. O tema abordado foi “A escuta como instrumento pastoral.” Padre Cláudio trouxe uma abordagem sobre os elementos fundamentais da uma comunicação e os aliou ao que chamou de tripé da uma escuta pastoral, que são a oração, o silêncio e a presença. Precisamos estar em contato permanente com Deus, sempre em oração, para que com isso possamos nos silenciar para ouvir o que Deus quer e para dar ouvidos ao que o outro tem a falar. Não posso ajudar o outro se não consigo ouvir as suas necessidades, anseios e desejos. Não posso ajudar o outro no seu processo de santificação se não sei como ser uma presença que o auxiliará nesta caminhada, sem qualquer preconceito, predisposição. É preciso esvaziar-se de si, para que possamos receber o outro. Precisamos exercitar a empatia, concluiu.

A seguir ocorreram as oficinas de transmissão por OBS com o Francisco, coordenador da Pascom da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, transmissão por StreamYard, com o Carlos Henrique pasconeiro da Capela São João Batista, filmagem e edição de vídeos no cap-cut com o Rodrigo, pasconeiro da Paróquia São Judas Tadeu, criação de post no CANVA, com o André Vinícius coordenador da Pascom da Paróquia de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e São José Operário, com a Maria José, pasconeira da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e produtora da Rádio Aliança.

Tivemos ainda um momento de Adoração ao Santíssimo, onde todos os participantes puderam louvar, fazer suas orações e ter este momento único de intimidade com o Senhor. Todos os participantes receberam a bênção do santíssimo e o envio para que pudessem ir renovados do corpo e da alma para as suas batalhas e desafios como comunicadores sociais e agentes pastoriais.

“Agradeço a presença de todos os participantes, aos coordenadores das Pascom’s das Paróquias do Vicariato São Gonçalo, ao núcleo organizador, ao ministério de música que animou o encontro, ao Padre Cláudio coordenador do SECOM e PASCOM Arquidiocesana por todo apoio, ao Padre Ricardo Mota, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição por ter cedido o espaço para nos receber, aos diretores da Rádio Aliança pela divulgação do EVICOM e disponibilidade do espaço da rádio, além do Diácono, MESC’s e coroinhas que nos ajudaram com o momento da adoração. Estamos com muitas saudades de todos e, acho que, falo por todos os coordenadores presentes, estamos muito felizes em rever e conhecer todos vocês. Deus nos abençoe em nossas missões como comunicadores”.

Texto e foto enviando pelo Coordenador da PASCOM do vicariato São Gonçalo

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