Rejeitar o uso discriminatório do termo “minoria” quando se refere a uma parcela menor de uma população, pois gera “sentimentos de isolamento e inferioridade”. Este é o convite inicial do cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, no discurso proferido na quarta-feira, 21, na reunião de alto nível da ONU em Nova York por ocasião do 30º aniversário da adoção da Declaração Sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas.
O purpurado sublinhou que se deve recordar que quando termos como “maioria” ou “minoria” são usados na linguagem corrente, não devem corroer o princípio nos quais estão alicerçados os direitos humanos e as liberdades fundamentais: ou seja, “todos são iguais em dignidade e, portanto, têm direitos iguais”.
Cristãos são o grupo mais perseguido do mundo
Segundo o cardeal Parolin, afirmar a própria identidade e viver em paz com os outros são aspirações compartilhadas em todo o mundo por minorias étnicas, religiosas e linguísticas partilham em todo o mundo. Portanto, a sua defesa não pode deixar de respeitar princípios como a proteção da existência, a não exclusão, a não-discriminação e não assimilação.
A identidade se fortalece no diálogo com quem não é como nós
Para proteger e promover os direitos humanos das pessoas pertencentes a grupos minoritários em bases nacionais, étnicas, religiosas ou linguísticas, torna-se fundamental a adoção de uma “cultura do diálogo”, entendida como um caminho a seguir, adotando como código de conduta a cooperação recíproca e como método a compreensão mútua.
“Identidade e diálogo não são pólos inconciliáveis - destaca Parolin ao concluir. Nossa identidade se fortalece e se enriquece graças ao diálogo com aqueles que não são como nós”.
Roberta Barbi – Cidade do Vaticano
Foto: Vatican Media