A dor do Papa e as orações pelas crianças e professores mortos em um telegrama ao arcebispo de San Antonio após o forte apelo no final da audiência geral. O olhar vai para o massacre que ocorreu em uma escola primária dos EUA nas mãos de um jovem: meu coração está abalado, vamos todos nos comprometer para que tais tragédias nunca mais possam acontecer.
Em um telegrama assinado pelo Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin, Francisco expressou “profundo pesar” pelo massacre no Texas, e confia à misericórdia de Deus as crianças e professores que morreram no tiroteio. “Todo mal será vencido pelo bem”, escreveu o Pontífice ao Arcebispo de San Antonio, Dom Gustavo Garcia-Siller, implorando consolo para os feridos e rezando para que aqueles que “são tentados pela violência escolham ao invés o caminho da solidariedade e do amor”. As palavras seguem o apelo na Praça de São Pedro pela manhã: “É hora de dizer basta para o tráfico indiscriminado de armas. Devemos nos comprometer para que tais tragédias nunca mais possam acontecer”:
Cardeal Cupich: lamentamos, mas devemos agir
A reação dos bispos estadunidenses foi imediata, em particular o Cardeal Blase Cupich, Arcebispo de Chicago, condenou as leis sobre a posse de armas: “Devemos chorar e nos aprofundarmos na dor… mas depois devemos estar prontos para agir”. Já passaram dez anos desde o massacre de Sandy Cook, também uma escola primária, na qual 20 das 26 vítimas eram crianças. Recordando aquela e as muitas outras tragédias que ocorreram nos Estados Unidos nos últimos anos, o prelado se perguntou: o que esperamos para nossos filhos? Que, como regulamento de sua escola, aprendem a se comportar no caso de um ataque armado? Que se sintam em perigo simplesmente fazendo o que a sociedade diz ser um bem para eles: ir à escola? Que chegam a se questionar se têm futuro?”.
“Temos mais armas de fogo do que pessoas”
Dom Cupich, apoiado por todos os bispos dos Estados Unidos, pediu a todos que imaginassem “ser um pai ou uma mãe com um filho naquela escola”, e depois: “imaginem ter que enterrá-los”. Todo o país está cheio de armas. “Temos mais armas de fogo do que pessoas”, afirma ainda Dom Cupich. Embora nem sempre tenha sido assim, “os tiroteios em massa se tornaram uma realidade diária nos Estados Unidos de hoje”. “O direito de posse de armas nunca será mais importante do que o vida humana”, conclui Dom Cupich, acrescentando: “Nossos filhos também têm direitos. E nossos agentes eleitos têm o dever moral de protegê-los”.
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Foto: Arquivo – Vatican Media