Das histórias mais lindas dos evangelhos destaco a do jovem rico. Um jovem se aproxima de Jesus. Jovem e rico. O que queria aquele rapaz?
Penso que ele queria o que todos querem. Mas, afinal, o que a gente quer? “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte… A gente quer a vida como a vida quer…”
Essa, pelo menos, foi a resposta dos Titãs. Mas será que é só isso? Parece-me pouco! Quem sabe a gente tivesse de perguntar ao Criador o que ele quer de nós. Noutras palavras, o que foi que ele esperou de nós quando nos criou? Eu sempre tive a impressão-certeza de que Deus não exige que as pessoas sejam melhores do que são, mas que sejam tudo o que são.
Mas e para quem tem tudo? E para o jovem rico, o que lhe faltava? Talvez faltasse muitas coisas, mas talvez sobrasse muito mais. Tanto que quando Jesus lhe indica o caminho da partilha dos seus bens com os pobres, ele sai mais amuado do que chegou. O jovem rico do evangelho tem o tédio do ter, provocado pelo vazio do ser.
Uma boa ideia seria ele dar uma volta por aí, visitar os morros, conhecer cortiços apertados. Talvez, uma visita às penitenciárias, educandários fragilizados de um sistema falido.
Ah, jovem rico! O que você perdeu nessa vida!
Os dois piores inimigos da humanidade são a ignorância e a miséria; um leva ao outro. O jovem rico foi portador da primeira. Mas não que ele não quisesse saber. Ele até chegou, indagando… Acontece que o vislumbre da segunda o fez correr de volta para a proteção de sua santa ignorância.
Mahatma Gandhi disse que os sete pecados capitais responsáveis pelas injustiças são: 1) riqueza sem trabalho; 2) prazer sem escrúpulo; 3) conhecimento sem sabedoria; 4) comércio sem moral; 5) política sem idealismo; 6) religião sem sacrifício; 7) ciência sem humanismo.
O jovem do evangelho era rico. O que mais lhe faltava? Quem sabe, tudo. Porque a vida é… sempre mais.
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