As pessoas costumam achar que o problema está sempre fora delas, ou seja, se você se irritou, é porque alguém o ofendeu, se você está depressiva é porque o outro te deixou assim. Prefiro analisar o quanto de responsabilidade cada um teria por seus próprios sentimentos e comportamentos. O que tira você do sério são as dificuldades que aparecem, as pessoas difíceis que há na sua vida, seus prazos curtos a cumprir, os sabichões e a irresponsabilidade dos outros? Ou haveria algo interno que também colaboraria? A forma como lidamos faz a diferença. Convido a pensar se o que o afeta são as coisas que acontecem e pessoas da sua convivência; ou os pensamentos, interpretações e reações que você tem em relação ao acontecimento e ao outro?
Antes da reação, da alteração, da resposta, algo aconteceu automaticamente: a percepção, a escolha, a análise, o julgamento ou a imaginação. Tudo isso tem o mesmo nome, que é: pensamento! Mesmo que esse pensamento seja muito rápido e mal o perceba, precisou dele para sentir raiva, ou ter a reação que teve e chegar a um comportamento. Muitas vezes esse pensamento é rápido e automático, não havendo percepção do mesmo.
Pessoas dizem: “Fulano abriu a boca e o sangue me subiu à cabeça”. Aí, parece que o sangue lhe subiu à cabeça pelo que fulano disse, mas o sangue lhe subiu, por aquilo que pensou a respeito do que fulano lhe disse. Teve que considerar uma ofensa, então essa fúria surgiu por causa dos conteúdos mentais, e não diretamente por causa do outro.
Tipos de pensamento: catastrófico: significa que a pessoa transforma tudo em algo muito mais importante do que realmente é; absolutista: aparece quando pensamos em termos de “eu devo”, “eu tenho que”, “eu preciso”, “eu deveria”, “eu deveria ter dito tal coisa”. Exagera-se na autocrítica; racionalização: negar os sentimentos, diferentemente de raciocinar, que é entender as coisas como elas são, como por exemplo, a pessoa é tímida, tem dificuldade em se relacionar com outras pessoas e diz que não está nem aí para os outros, que prefere viver sozinha; realista: este tipo de pensamento costuma ajudar às pessoas que desejam autocontrole, por exemplo, “eu me sentiria melhor se…“, “eu gostaria de…”, “eu preferiria que…”, “seria melhor se…”.
Controlar as palavras e as atitudes está muito além de apenas planejá-las, mas também experimentá-las. Acima de tudo, ter autocontrole é identificar seus comportamentos, conseguir observá-los e perceber o efeito sobre os outros.
Por Drª Loíse de Oliveira Caputo